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domingo, 18 de dezembro de 2011

CAPÍTULO 3 | A Conversa

  30 de dezembro. Penúltimo dia do ano. Pra muitos significava ''véspera de ano novo'' ou quem sabe até ''recomeço''. Mas pra mim? Pra mim significava o dia que eu ia passar a viver com a garota que eu menos gosto e que minha vida se tornaria um tédio. Você não gostar de uma pessoa é uma coisa, você viver com ela é outra totalmente diferente. Diferente de um jeito ruim mesmo.
  - Justin, coloque essa caixa no seu quarto. Seus cadernos estão aí. - minha mãe disse.
  - Tá - respondi e levei minha caixa para o quarto. Você deve estar se perguntando ''que cadernos são esses?'', eu vou te responder: São os cadernos que eu componho minhas músicas, eu gosto muito de compor. Tem pessoas que gostam de ler, de cantar, de tocar instrumentos, mas eu? Eu gosto dessas últimas duas coisas, mas eu gosto mais de compor. Compor é pra poucos, e me sinto honrado de ter esse dom. O que eu componho? Músicas, dã. Músicas românticas. Não sei de onde tiro inspiração pra isso, talvez de algumas meninas que já gostei em minha vida. Mas eu nunca me apaixonei de verdade. Eu tinha medo de me apaixonar por certas pessoas, pessoas que de início eu não gostava, sabe? Isso iria acontecer, mas ainda levaria um tempo...
  Bom... naquele dia eu estava terminando de me mudar pra minha nova casa. Iríamos morar todos juntos - eu, Alice, Pattie, Charles, Caitlin e Ryan.
  - Que cadernos são esses, Justin? - Alice entrou no meu quarto perguntando. Ninguém - exceto minha mãe - sabia que eu compunha.
  - Não te interessa. - eu respondi.
  - Ai, desculpa. Ei, eu tava falando com meu pai e eu prometi pra ele que eu ia tentar me dar bem com você. Será que você pode ajudar? Pelo menos tenta. - ela pediu. Até que não era má ideia, eu não gosto de não gostar das pessoas. Minha mãe me ensinou a gostar de todo mundo, mas com Alice era diferente. Não era ódio, mas ela me irritava.
  - Eu prometo que vou tentar. - eu sorri de lado.
  - Ok. - ela disse, sentando na minha cama.
  - Vou perguntar de novo: Que cadernos são esses?
  - Onde eu escrevo minhas músicas, mas é segredo. De. Estado. - eu disse pausadamente.
  - Músicas?! Sério? Você escreve músicas? - ela perguntou.
  - É... por que a incredulidade? - eu perguntei.
  - Sei lá, você não tem cara de quem escreve, canta... Você canta?
  - Eu canto, toco quatro instrumentos e componho. - eu disse, ficando impressionado comigo mesmo.
  - Noooooooooooossa! - ela disse e sorriu - Quero ver isso um dia.
  - Vou pensar... - eu disse. Ela até que não era tão má assim...
  - Ain, por favor, Justin - ela pediu.
  - Já disse que vou pensar, ok? - eu disse.
  Podia até ser que a nossa amizade desse certo. Contanto que ela não me irrite.
  Eu terminei de arrumar minhas coisas e percebi que, em anos, aquela foi a primeira conversa, sem xingamento, com ela. Aleluia! Mas o que eu não sabia, era que seria a primeira de muitas dalí pra frente.
  - Você já deveria se considerar. Eu já comecei bem, te contei das músicas - eu disse à Alice.
  - Quantas pessoas sabem? - ela perguntou, enquanto mexia em alguns dos meus CDs.
  - Você e minha mãe, só. Nem Joe, nem Ryan, Caitlin... ninguém além de vocês! - eu disse ainda olhando para os cadernos.
  - Hummmm, isso é bom! Temos confiança. - ela disse e sorriu.
  - Hummm, Alice?
  - Oi, Justin. - ela respondeu.
  - Por que a gente se odiou durante tanto tempo? - eu perguntei. Eu realmente queria saber.
  - Quem sabe? - ela disse e começou a pensar.
  - É... eu que não sei. - eu ri.
  - Nem eu.
  Nós iriamos nos dar bem, eu já estava vendo isso.
  - Um dia desses, quem sabe se nos dermos tão bem quanto eu acho que a gente vai se dar, eu escrevo uma música pra você e canto ela. - eu disse.
  - Como assim ''como você acha que a gente vai se dar''? - ela perguntou.
  - Nos demos bem até agora, já rimos, já te confiei meu maior segredo... talvez a gente fique amigos mesmo... - eu disse.
  - Ah tá. Faça isso! Eu quero te ouvir cantando! - ela pediu.
  - Vou pensar...
  - Você pensa muito.
  - É né... - eu ri.
  Ela riu junto.
  - Vou pro meu quarto. - ela disse.
  - Ok.
  Ela saiu e eu fiquei lá. Pensando.
  Nós passamos nossa vida toda nos odiando e agora estamos nos dando bem. Ela era bem... digamos... agradável. Ela me fazia rir, eu disse à ela das músicas e ela não me ridicularizou, tipo ''devem ser uma merda'', como ela faria se ainda nos odiássemos.
  Eu pensei em que tipo de música eu escreveria pra ela, não sabia. Resolvi parar de pensar isso e fui tomar banho pra me deitar.
  Eu sonhei com ela...

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