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segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

CAPÍTULO 8 | Novos sentimentos

  Que droga! Eu já estava cansado de ficar brigando com a Alice. Nós passamos nossa vida toda brigando e agora que eu estava criando coragem pra falar pra ela o que sinto, nós brigamos novamente.
  Eu fui para a minha cama assim que disse aquilo pra ela e me deitei.
  Eu me lembrei da música. Eu nem sabia mais se ela merecia aquilo... mas era meu modo de dizer à ela o que sinto. Eu sou tímido para falar tudo isso com palavras - eu sempre preferi notas musicais, na verdade.
  You said you needed a little time from my mistakes
  It's funny how you used that time to have me replaced
  Did you think that I wouldn't see you out at the movies
  What you doing to me
  You taking him where we use to go
  Now if you're trying to break my heart
  It's working cause you know - eu escrevi pensando naqueles últimos momentos e repeti o refrão. Eu fiz algumas simples mudanças nele e quando estava prestes a ir para o coro senti uma lágrima escorrendo em meu rosto. Percebi também que estava escrevendo forte.
  Eu estava sozinho em casa, minha mãe foi trabalhar e o pai de Alice também. Meus irmãos estavam no shopping.
  I need to know should I fight for love or disarm
  It's getting harder to shield this pain in my heart - terminei e repeti o refrão novamente - fazendo outras mudanças.
  Pronto. A música estava pronta. Coloquei seu nome no topo da página - That Should Be Me - e comecei a colocar ritmo na música. Eu queria que ela ficasse pronta até a Alice voltar do cinema. Eu queria pedir desculpas e que não deixaria ela ter dúvida de mais nada... mas isso não seria aqui em casa.

  Alice narrando...

  Eu liguei para Julian para irmos ao cinema. Durante o trajeto todo fiquei pensando na minha briga com Justin e nem falei muito com meu namorado.
  - Algum problema, Alice? - Julian me perguntou quando chegamos ao estacionamento do shopping.
  - Briguei com Justin. - eu disse.
  - Por que?
  - Besteira. Esquece isso! Vamos logo - eu disse e saí do carro. Era óbvio que Julian tinha percebido que não era besteira e que eu estava me sentindo mal por ter brigado com Justin, mas ele não falava nada. Gostava disso nele. Ele me respeitava.
  - Que filme? - ele me perguntou quando chegamos na frente da bilheteria.
  - Hum... romance? - eu sugeri.
  - Claro. - ele concordou.
  A minha briga com o Justin tinha me afetado. Eu estava começando a gostar mesmo daquele garoto... só tinha medo que fosse gostar como eu achava que ele gostasse de mim.
  Nós pegamos um lugar no fundo do cinema - meu lugar favorito -, assim nós podiamos ver todo mundo sem que ninguém notasse nossa presença. Quando o filme começou, eu deitei minha cabeça no ombro de Julian e ele me envolveu com seu braço. Julian me fazia tão bem... eu não me imagino com outro garoto que não fosse ele. Pelo menos não me imaginava...
  Já era de costume quando eu via uma cena romântica em algum filme - beijos, abraços e olhares sinceramente apaixonados -, eu lembrar de mim e Julian. Mas estranhamente quando vi dois dos personagens brigando - brigas me perseguiam, lindo isso - e logo depois o homem foi e beijou a mulher, eu fiquei imaginando se isso poderia acontecer comigo e Justin. Me surpreendi quando percebi que senti um frio logo acima do estômago quando pensei isso. Eu conhecia aquele frio. E ele se chamava amor...
  De repente eu me soltei do abraço de Julian e ele percebeu que eu estava meia nervosa com aquele sentimento novo. Ele só não sabia o motivo.
  - O que foi, Alice? Você está estranha hoje... - ele disse, estreitando os olhos.
  - Nada não, só que minha costa começou a doer - menti.
  - Sua costa estava doendo no carro também? - ele perguntou, cruzando os braços.
  - Não.
  - Então...?
  - Esquece isso e vamos ver o filme, ok? - eu disse e novamente ele respeitou meu espaço. Se ele percebesse que eu não queria falar, ele não forçava. Isso estava começando a me incomodar...
  - Por que você não me pergunta mais? Sei lá... não pergunta o que aconteceu, se tem algo me incomodando... parece que não se importa... - eu disse em um tom baixo mais dava pra ele escutar muito bem.
  - Só quero respeitar seu espaço... você quer falar algo? Fale. Você sabe que eu estou sempre aqui pra você. - ele disse aquilo e senti como se fossemos somente amigos.
  Eu queria mais que aquilo. Queria alguém que quando visse que eu estava triste, me abraçasse e dissesse que tudo ia ficar bem. Que quando visse que tinha algo me incomodando, se incomodasse do mesmo jeito e não parasse de me fazer perguntas sobre aquilo até eu responder. Queria alguém que se estressasse junto quando eu me estressasse pelo simples fato de que eu sou insuportável. Queria alguém que me fizesse rir. Mas que também me fizesse chorar de vez em quando. E quando isso acontecesse, eu saberia que do mesmo modo que essa pessoa me fez chorar, ela também iria fazer a dor cessar. E essa pessoa não era Julian...

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